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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Analfabetos Funcionais Escolarizados

Analfabetos Funcionais Escolarizados


Então, como poderemos nos desenvolver socialmente e economicamente por muito tempo com uma população tão mal preparada?
Assim como as pessoas ficarão estagnadas o país também ficará. O analfabetismo funcional consiste num grande obstáculo para a educação, que por meio de numerosos projetos trouxe o menino para a sala de aula, porém ele sai da escola com limitações de leitura e escrita.
Segundo a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, mais de 1/3 dos adultos no mundo não têm acesso ao conhecimento impresso e às novas tecnologias, ou seja, estas pessoas não têm acesso à informação. De que adianta disseminar milhares de projetos sociais se os principais interessados não os conseguem conhecer.
Neste contexto, percebemos que a escolarização atual não supre a demanda do mundo globalizado, uma vez que alfabetizar é ensinar o símbolo de nossa linguagem e permitir que esta comunicação aconteça em seus diversos espectros.
Como podemos falar de um ensino de qualidade se estamos “produzindo” analfabetos funcionais escolarizados?
É possível observar alunos das últimas séries do ensino fundamental com um nível de letramento muito reduzido, conseguem juntas letras, mas não lêem, não interpretam uma informação sequer.
Embora existam muitos projetos que tentam agir na melhoria da base destas vidas, como bolsa família, bolsa escola, auxílio gás e tantos outros, eles se resumem apenas numa série de projetos isolados. É como se a cada dia um Brasil com rosto diferente batesse à porta de seu “João” para lhe oferecer mais um benefício. Essas ações jamais produzirão resultados se não forem colocadas no mesmo bolo, trabalhando e falando a mesma língua.
Há nesta perspectiva uma carência de um conjunto de políticas articuladas. Porque para alfabetizarmos é preciso antes incluir, alimentar e oferecer dignidade com um emprego.
Logicamente é urgente uma revisão dos métodos de ensino que repare as distorções pertinentes à educação atual visando à qualidade e a continuidade, e isso requer uma análise estrutural de todos os lugares deste país, pois cada realidade exige um olhar diferente que busque a qualidade e não a quantidade a qualquer custo.
Como diria Jean Piaget. “a principal meta da educação é criar homens que sejam criadores, inventores e descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de verificar e não aceitar tudo que a eles se propõe”.
De fato, creio que isto resuma todos os parâmetros que precisam ser adotados para um sistema educacional de qualidade. Ou será que formar mentes questionadoras não está em pauta?

(Por Raquelli Natale é Publicitária e estudante de Letras.)

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