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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

NAMOROFOBIA: Você tem?

O que está acontecendo? Por que cresce o número de pessoas que não suporta a idéia de se envolver em um relacionamento?

Parece que uma boa parte da humanidade foi contaminada por uma espécie de alergia à intimidade, um comportamento crescente entre os homens, mas que também é assumido por muitas mulheres. O compromisso, necessário ao estabelecimento do namoro, tem sido encarado como algo ameaçador, chato e para muitos, insuportável.
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A praga da década são os namorofóbicos. Homens e mulheres estão cada vez mais arredios ao título de namorado, mesmo que, na prática, namorem. Uma coisa muito estranha. Saem, fazem sexo, vão ao cinema, freqüentam as respectivas casas, tudo numa freqüência de namorados, mas não admitem. Têm alguns que até têm o cuidado de quebrar a constância só para não criar jurisprudência, como se diria em juridiquês. Podem sair várias vezes numa semana, mas aí tem que dar uns intervalos regulamentares, que é para não parecer namoro.

Durante muito tempo, a ordem era ficar, namorar e se juntar. E quem não cumprisse esse ritual, estava sujeito à ser visto como caçador, galinha, "Fica com um e com outro". Mas agora, com muito mais liberdade, ninguém é obrigado a dar satisfação de sua vida a ninguém e por isto mesmo, estar só ou junto de alguém passou a ser uma opção. O sexo tornou-se disponível independentemente de uma relação e por isso, são muitos os homens que não vêem mais a necessidade de estar em um relacionamento para satisfazer-se: contentam-se somente com o sexo. As mulheres tornaram-se mais exigentes e não aceitam ser tratadas de qualquer maneira pelos mais dominadores. Elas querem mais do que sempre tiveram em tempos passados.

A coisa é tão grave e levada a extremos que pode tudo, menos chamar de namorado. Pode viajar junto, dormir junto, até ir ao supermercado junto (há meses!), mas não se pode pronunciar a palavra macabra: NAMORO


- É tua namorada? - Não, a gente tá ficando. Ficando aonde, cara pálida? Negam o namoro até a morte, como se namoro fosse casamento, como se o título fizesse o monge, como se namorar fosse outorgar um título de propriedade.Devem temer que ao chamar de namorada (o) a criatura se transforme numa dominadora sádica, que vai arrastar a presa para o covil, fazer enxoval, comprar alianças, apresentar para a parentada toda e falar de casamento - não vai. Não, a menos que seja um (a) psicopata.

Antes, o problema era outro: CASAMENTO. Ui. Vá de retro! Cruz credo! Desafasta. Agora é o namoro, que deveria ser o test drive, a experiência, com toda a leveza do mundo. Daqui a pouco, o problema vai ser qualquer tipo de relacionamento que possa durar mais que uma noite e significar um envolvimento maior que saber o nome...


O mundo tornou-se mais pragmático e as pessoas descartam o que não serve, o que não responde aos seus objetivos. Tudo é preto no branco. Mas com esta mente objetiva e o coração congelado, fica complicado amar. O amor precisa de um tempo para brotar, crescer e florescer. Ele deve ser cultivado com tempo, com paciência, tolerância e profundidade.
Ao classificar as pessoas de acordo com um padrão rígido, você não permite que o próprio encontro evolua. O narcisismo tomou conta de muita gente e não há espaço para o ser real, imperfeito, belo e viável.

Você pode não gostar de uma ou de outra característica da pessoa, mas no seu conjunto ela pode ser importante na sua vida. Afinal de contas, ninguém é perfeito, tampouco os relacionamentos. Sempre que a gente se envolve com alguém tem que ter cuidado. Não é porque "a gente tá ficando" que não se deve respeito, carinho e cuidado. Não é porque "a gente tá ficando" que você vai para cama num dia e no outro finge que não conhece e isso não dói ou que não é filhadaputice. Não é porque "a gente tá ficando" que o outro passa a ser mais um número no rol das experiências sexuais - e só. Ou é?


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Créditos: Danuza Leão e Sergio Savian

Um comentário:

  1. "Ao classificar as pessoas de acordo com um padrão rígido, você não permite que o próprio encontro evolua".

    Esta frase particularmente me chamou a atenção, assim como o último parágrafo em vermelho.

    A partir do momento que se perde o respeito, trata-se a pessoa como "coisa". Respeito é a base de tudo, tanto em um relacionamento amoroso, quanto profissional, de amizade, materno, fraterno e etc. E hj em dia está cada vez mais difícil as pessoas cultivarem o respeito tanto a si quanto aos outros. Se vê... Uma "coisinha" tão simples!

    Beijos!

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